O Município de Meruoca O Município de Meruoca localiza-se na zona fisiográfica do Sertão Centro-norte do Estado do Ceará e faz divisa com Coreaú, Massapê, Alcântaras e Sobral. 15/05/2004 Tem as seguintes coordenadas geográficas 3º 31’ 42” de latitude sul e 40º 19’ 53” de longitude W. Gr. Sua área, de 275 km2 ou 208 km2, está distribuída em sede (Meruoca) e distritos de Santo Antônio dos Fernandes, Santo Antônio dos Camilos, Palestina do Norte e São Francisco. Há também inúmeras localidades, algumas maiores e outras menores, que ainda não foram elevadas à categoria de distrito.
Toda a área de Meruoca pertencia ao atual Município de Sobral. Sua origem remonta a construção da capela de Nossa Senhora da Conceição e na formação de missões religiosas que tinham o objetivo de catequizar os nativos Tapuios, da Nação dos Tarairiu (rerius), também chamados de ararius e outras tribos que vieram da Bahia. Eles se assentaram às margens do Rio Acaraú e foram expulsos posteriormente, fugindo para a Serra da Meruoca. O Decreto nº 2.090, de 13 de novembro de 1885, criou o Município de Meruoca, com território desmembrado de Sobral e sua instalação ocorreu no dia 24 de janeiro de 1887. O Município compunha-se, então, dos distritos de Meruoca e de Floresta, e nos quadros de apuração do recenseamento geral de 1892 a população do Município era de aproximadamente 12.171 habitantes. Em 1920, pela Lei nº 1.794 de 9 de outubro, o Município foi extinto e restaurado pelo Decreto nº 206 de 6 de junho de 1931, pertencente à Comarca de Sobral. Foi mais uma vez suprimido pelo Decreto Estadual nº 193, de 20 de maio de 1931, pertencia a Massapê e foi incorporado a Sobral. Com o advento da Lei nº 1.153, de 22 de novembro de 1951, o Município de Meruoca foi restaurado e a ele anexado o distrito de Alcântaras, desmembrando-se de Massapê.
A instalação ocorreu no dia 25 de março de 1955, com posse dos vereadores e do prefeito, eleitos em 3 de outubro do ano anterior. O topônimo, de origem indígena, significa “casa das moscas”: meru = mosca e oca = casa. Tudo porque na sua origem a região e as ocas eram infestadas de moscas. Os dados estatísticos mostram que a população de Meruoca permaneceu quase inalterada. Em 1950, 92,90% dos seus habitantes moravam na zona rural, sobrevivendo do setor primário, a agropecuária.
Na sede havia 803 moradores (363 homens e 440 mulheres), que tinham uma igreja matriz e oito capelas para rezar. Pelo reduzido crescimento da população meruoquense, houve a implantação de alguns poucos engenhos e fábricas de farinha, cuja mão-de-obra utilizada era formada pelos negros escravos e pelos nativos. Acredita-se que o solo da Serra da Meruoca era rico e ideal para o cultivo de cana-de-açúcar e de mandioca. Essa pequena cidade, que em 1861 foi pesquisada, recebeu a chancela de “povoação pobre, de aspecto triste e miserável, situada numa baixa úmida rodeada de morros altos. Passam pelo meio dela dois regatos que nas grandes secas faltam. Consta a povoação de uma praça pequena e irregular e de duas ruas: a principal, torta e mal povoada de casas, quase todas de palha. Contamos em toda a povoação 18 casas telhadas, caiadas, ladrilhadas, pequenas e térreas...” Passado mais de um século é possível perceber algumas mudanças significativas, provocadas pelos vários administradores e vigários que passaram pelo Município deixando seu legado para a comuna meruoquense. Ainda há muito por se fazer, pois parte significativa da população continua vivendo ainda em condições não ideais.